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Pressão e protestos de torcedores: Até quando isso é certo?

No Brasil, normalizou-se a ideia de que protestos podem ser realizados pelos torcedores quando sua respectiva equipe não vai bem. A priori, os protestos, a pressão em cima do time e dirigentes, tudo isso que gera um clima ruim é, de fato, normal nos estádios, quando o torcedor vai acompanhar uma partida, paga ingresso. Ele tem esse direito nas cadeiras do estádio/arena. A questão é: Até quando isso se faz de forma legal e quando sai do ambiente futebolístico?

São inúmeros casos desses assédios de torcedores fora do ambiente correto. Protestos na porta dos CT’s, bem como ameaças aos atletas e dirigentes nas redes sociais deixam claro que muita gente tem o pensamento de ser o “dono do clube” por pagar ingresso. O cenário tende sempre a piorar e o futebol é deixado de lado.

Torcedores do Corinthians em Santos:

Nesse sentido, tivemos um caso recente envolvendo torcedores. A delegação do Corinthians viajou para Santos rumo ao clássico na Vila Belmiro, detalhe, clássicos em SP são realizados com torcida apenas do time mandante. Então, logo após a chegada ao hotel, o ônibus foi surpreendido por torcedores que realizavam ali um protesto e queriam “conversar” com os atletas. Receosos, a delegação não desceu do ônibus e voltaram para a capital. Os atletas então viajaram para Santos apenas horas antes do jogo começar.

Em suma, pegando este exemplo podemos tirar várias observações: A volta dos atletas para a capital, tendo eles de voltarem para o jogo no dia posterior, atrapalhou o descanso e todo o planejamento feito pela equipe responsável antes da partida. Ainda sim, o Corinthians venceu por 2×0.

Atualmente na 16° posição do campeonato, com que pensamento os atletas entram em campo, sabendo que além do rebaixamento estar perto, tem a questão torcida? Uma vez que eles já protestaram na porta do CT Joaquim Grava. Quando o ônibus voltou para a capital, a delegação saiu do litoral aos gritos de “Joga por amor, ou joga por terror, f…”.

Protesto de torcedores aumentam crise em clubes brasileiros
Clubes brasileiros sofrem com protestos de suas torcidas / Reprodução: Vitor Chicarolli – Meu Timão

Bem como “torcedores” do Corinthians invadiram um motel e agrediram covardemente o jogador Luan, que estava junto a amigos e mulheres em uma suíte.

Pelo brasileirão, a equipe vem de derrota para o RB Bragantino dentro de sua casa. Assim também foi derrotado pelo América-MG nas quartas de final da Copa do Brasil. Na próxima rodada do BR-23, visita o Atlético-MG no Mineirão e, dependendo dos resultados da rodada, pode terminar dentro da zona do rebaixamento. Não só isso, Luxemburgo poderá ser demitido se não vencer.

Da cidade para o litoral:

Por coincidência (ou não), o Santos também passou um cenário deste recentemente. No último dia 17 de junho, torcedores do alvinegro praiano se aglomeraram em frente ao CT Rei Pelé munidos com caixões de papelão com fotos de integrantes da delegação. Eles exigiam uma vitória no clássico diante o Corinthians.

Posteriormente a todas estas coisas, a equipe foi derrotada no clássico diante o Corinthians em sua casa, o que agravou a situação entre elenco e torcida. O jogo sequer acabou. O árbitro Leandro Pedro Vuaden precisou encerrar a partida aos 44 minutos do segundo tempo devido falta de segurança.

“Torcedores” jogaram sinalizadores dentro do gramado, ameaçaram quebrar os alambrados para invasão de campo, tacavam objetos nos jogadores, não os deixando voltar ao vestiário, um típico clima de guerra, que culminou, no dia seguinte, na demissão de Odair Hellmann.

Ainda por cima, integrantes de uma organizada presente no protesto sugeriram um “rachão” entre eles e o elenco santista, o que claramente não foi atendido.

Protestos de torcedores do Vasco:

Rigorosamente falando, cenas como estas ocorrem naturalmente em todo o país. Exemplificamos os casos acima com times paulistas, mas no RJ, também tivemos essas cenas de horrores. O caso em questão foi após a partida entre Vasco x Goiás, o esmeraldino venceu na capital carioca por 1×0 e os torcedores do cruz-maltino começaram a realizar seus protestos.

Desde xingamentos a SAF do clube, atletas, até lançamento de sinalizadores para dentro do campo, confrontos com a polícia e tentativa de invasão a sede do clube.

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