O voo final; Sete anos sem os guerreiros da Chapecoense

Passavam-se das 9h da manhã daquele 29 de novembro, peguei meu celular como de costume e olhei as mensagens do WhatsApp. Ao abrir, li que o avião da Chapecoense havia caído. Como assim? Questionei. Ao abrir o noticiário, me deparo com tamanha tragédia, um baque e um imenso frio na barriga tomaram conta de mim.

Logo após, liguei a TV e de cara me deparo com os destroços do avião, como isso aconteceu? Indaguei. As informações não eram boas, imediatamente, muitas mortes já haviam sido confirmadas e, aqui no Brasil, veículos de comunicação já encaminhavam seus jornalistas para a Colômbia. Alguns já estavam, pois iriam cobrir o primeiro jogo da final, outros estavam no avião.

A Associação Chapecoense de Futebol é uma equipe da cidade de Chapecó, região oeste de Santa Catarina. Fundada em 10 de maio de 1973, a chape vivia seu melhor momento no cenário esportivo brasileiro.

Dessa forma, o “Verdão do Oeste” chegava a uma final de um campeonato sul-americano. A decisão seria contra o atual campeão da libertadores, o Atlético Nacional de Medellín. Jogo de ida seria no estádio Atanasio Girardot e a volta no Couto Pereira, estádio do Coritiba.

O povo brasileiro estava na torcida pela chape, Chapecó estava eufórica. Anteriormente a decisão, a Chape esteve em São Paulo para enfrentar o Palmeiras no Allianz Parque, essa partida decretou o título brasileiro para o time paulista, o Palmeiras venceu por 1×0, gol de Fabiano.

Procurando poupar a equipe, o técnico Caio Jr. havia colocado em campo a equipe reserva, afinal, o jogo mais importante da equipe em toda sua história estava próximo.

Posteriormente, a chape permaneceu na capital paulista. Enfim, iriam sair de São Paulo rumo a Colômbia. A delegação viajou em um voo comercial até Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia e de lá, pegariam um voo fretado até Medellín.

Assim, ao chegarem ao primeiro destino, toda a delegação embarcou na aeronave da empresa LaMia rumo ao Aeroporto Internacional José María Córdova, em Rionegro. O voo 2933 da LaMia seguia seu caminho quando já nas proximidades do aeroporto colombiano o avião perdeu o sinal com a torre.

O avião caiu entre os montes de Cerro Gordo, Antioquia. Dentro da aeronave eram 77 pessoas, 68 passageiros e 09 tripulantes, 06 sobreviventes no total. Uma tragédia que interrompeu o sonho de muitos.

HOMENAGENS DO POVO COLOMBIANO

Uma tragédia de cunho mundial, todo o mundo acompanhou e se entristeceu com o ocorrido. Bem como sonhos que, naquele momento, haviam sido interrompidos pelo erro humano, pelo destino.

Foi então nesse momento que o povo colombiano nos impressionou. Posteriormente tal dor, exatamente no dia e hora que seria a partida de ida da final, o povo colombiano lotou o Atanasio Girardot e suas proximidades.

Estavam todos de branco, levavam flores, velas, faixas, cantos pró-chape, eram 50 mil pessoas dentro do estádio e outras 30 mil do lado de fora, uma dor coletiva, uma união de forças.

Do mesmo modo, logo após dias de espera, os corpos voltaram ao Brasil em suas aeronaves cedidas pela FAB (Força Aérea Brasileira) que realizou todo o translado entre Colômbia/Brasil. Um dia completamente chuvoso em Chapecó. Assim ficou marcada a chegada dos corpos que, na sequência foram velados na Arena Condá.

UMA NOVA VIDA

Setenta e sete pessoas, seis sobreviventes, quatro brasileiros. Rafael Henzel foi o único jornalista sobrevivente, Alan Ruschel foi o primeiro a ser resgatado na mata, o jovem e promissor goleiro Jackson Follmann lutou pela vida, teve uma perna amputada, mas venceu a batalha.

Hélio Zampier mais conhecido como “Neto” foi o último a ser resgatado, foi achado oito horas após o acidente. Além deles, o técnico da aeronave Erwin Tumiri e a auxiliar de voo Ximena Suarez também sobreviveram.

Atualmente, o jornalista Rafael Henzel já não está mais entre nós. Sobrevivente em 2016, o comunicador sofreu um infarto durante uma partida de futebol com amigos em 2019, onde não resistiu. Henzel foi o autor do livro “Viva como se Estivesse de Partida”, o qual relata momentos após a queda da aeronave na Colômbia.

Ocasionalmente, sete anos se passaram, mas a saudade é eterna. Fica aqui a homenagem a todas as vítimas deste acidente e, se é que podemos dizer algo para recordá-los é: VAMOS, CHAPE!

ATLETAS:

Bruno Rangel – Cleber Santana – Ananias Eloi Castro Monteiro – Arthur Brasiliano Maia – Aílton Cesar Junior Alves da Silva “Canela” – Marcos Danilo Padilha – Dener Assunção Braz – Filipe José Machado – José Paiva “Gil” – Guilherme Gimenez de Souza “Gimenez” – Everton Kempes dos Santos Gonçalves – Lucas Gomes da Silva – Matheus Bitencourt da Silva “Matheus Biteco” – Sérgio Manoel Barbosa Santos – William Thiego de Jesus – Tiago da Rocha “Tiaguinho” – Josimar Rosado da Silva Torres – Marcelo Augusto – Mateus Lucena dos Santos “Caramelo”.

COMISSÃO TÉCNICA:

Luiz Cezar Martins Cunha – Sérgio Luis Ferreira de Jesus – Anderson Donizette – Adriano Wulff Bitencourt – Cleberson Fernando da Silva – Emersson Fabio Di Domenico – Eduardo Luiz Preuss – Mauro Luiz Stumpf – Sandro Luiz Pallaoro – Nilson Folle Jr. – Decio Sebastião Burtet Filho – Jandir Bordignon – Gilberto Pace Thomaz – Mauro Dal Bello – Edir Felix de Marco – Daví Barela Dávi – Ricardo Philippi Porto – Délfim Pádua Peixoto Filho – Luiz Carlos Saroli “Caio Júnior” – Anderson Roberto Martins – Eduardo de Castro Filho – Marcio Bestene Koury – Anderson Rodrigues Paixão Araújo – Luiz Felipe Grohs – Rafael Correa Gobbato.

PROFISSIONAIS DE IMPRENSA:

Victorino Chermont – Guilherme Marques – Ari de Araújo Júnior – Guilherme Van der Laars – Giovane Klein Victória – Bruno Mauri da Silva – Djalma Araújo Neto – André Podiacki – Laion Espíndola – Rodrigo Santana Gonçalves – Deva Pascovicci – Lilácio Pereira Jr. – Paulo Júlio Clement – Mário Sérgio – Renan Agnolin – Fernando Doesse – Edson Ebeliny – Gelson Galiotto – Douglas Dorneles – Jacir Biavatti

EQUIPE AÉREA:

Miguel Quiroga – Ovar Goytia – Sisy Arias – Rommel Vacaflores – Alex Quispe – Gustavo Encina – Angel Lugo