Inclusão social no esporte: Conheça o futebol para cegos
Quando falamos sobre inclusão, mencionamos sobre o ato de trazer, incluir a pessoa em um meio a qual ela não fazia parte por algum motivo. Dessa forma, podemos mostrar a ela que somos iguais, que podemos fazer as mesmas coisas, que de fato, tudo é possível.
Isso não apenas socialmente falando, mas também na questão esportiva. Do mesmo modo, é importante esse processo de inclusão, muitos atletas paralímpicos são conhecidos mundialmente por mostrarem que são capazes sim, com enormes talentos.
Por exemplo, podemos mencionar nomes como Daniel Dias e Clodoaldo Silva (Natação), Petrúcio Ferreira e Terezinha Guilhermina (Atletismo), Antônio Tenório e Lúcia Teixeira (Judô), e por aí vai.
E no futebol não é diferente. O CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) e a CBDV (Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais) são responsáveis por manter o que conhecemos como “Futebol de 5”, “Futebol de Deficientes Visuais” ou simplesmente “Futebol de Cegos” aqui no Brasil. As partidas são realizadas em uma quadra adaptada, nos tamanhos de uma quadra de futsal.
São cinco jogadores no time, sendo um Goleiro e quatro atletas de linha. De acordo com as regras, os atletas de linha jogam vendados, apenas o goleiro joga sem venda, pois é o único no time que tem 100% da visão.
Além disso, o goleiro funciona como um “guia” na partida, pois ele auxilia seus jogadores nas posições no decorrer do jogo. Assim como existem também o “chamador” e o técnico, que dividem essa função.
Bem como, para que os jogadores saibam onde a bola está, é emitido um barulho por um guizo, um instrumento musical alocado no interior da bola. Toda vez que a bola se movimenta, este guizo solta um som que auxilia os atletas irem à direção correta. Os jogos são divididos em dois tempos de 15 minutos, tendo 10 minutos de intervalo entre um tempo e outro para que os jogadores descansem. Assim também, como é importante que a torcida se mantenha em silêncio durante o jogo, exceto na hora o gol.
Copa do Mundo
Sim, nesse processo de inclusão ao deficiente visual, existe Copa do Mundo. E cá para nós uma ótima notícia: O Brasil é o maior campeão!
A inclusão do mundial ocorreu em 1998, em Paulínia, interior de SP. Isto é, foi em território brasileiro que aconteceu a primeira edição do torneio mundial para deficientes visuais. Logo nesta, o Brasil se consagrou campeão em cima da Argentina.
Ao todo, oito copas do mundo já foram disputadas. Em 2023, a seleção brasileira terminou na terceira colocação, a Argentina foi campeã. Aliás, desde 1998 apenas uma vez brasileiros e argentinos não foram campeões, ou seja, foram cincos títulos para o Brasil e dois títulos para nossos hermanos. A Espanha venceu em 2006. Abaixo, vejam os anos das copas já disputadas e seus respectivos campeões:
1998 – Brasil
2000 – Brasil
2002 – Argentina
2006 – Espanha
2010 – Brasil
2014 – Brasil
2018 – Brasil
2023 – Argentina
Jogos Paralímpicos
Ao falarmos de jogos paralímpicos, é inegável que nossa seleção é a principal de todo o mundo. Estreante nos jogos de Atenas em 2004, o Brasil foi campeão em cima da Argentina e, posteriormente, só deu Brasil. Vencemos também em 2008, 2012, 2016 e 2020.
Atualmente, o Brasil tem em seu elenco um dos melhores atletas na categoria. Eleito três vezes o melhor jogador do mundo, Ricardinho integra a seleção brasileira nas quadras. O Brasil se prepara agora para os Jogos Parapan-Americanos em novembro, no Chile. Assim também como já está classificado para as Paralimpíadas de 2024 em Paris, onde busca manter a série de títulos.